O CVPI prima pela autonomia do idoso institucionalizado. O fato da institucionalização exigir que existam normas e regras a cumprir via contrato, não desobriga a instituição de se considerar uma extensão do lar do idoso.
Cremos de forma basilar que proporcionar condições de familiaridade no trato das responsabilidades e procedimentos da ILPI ao seu residente, proporciona a segurança e o conforto de um lar, sem descurar das normas e regras.
Consideramos que proporcionar ao idoso residente a possibilidade de trazer sua história de vida e parte dos seus pertences, principalmente móveis para o seu quarto, impacta menos o idoso na mudança, respeitando sua autonomia. Para a sua completa adaptação, o fornecimento de informações é fundamental para que se obtenha o consentimento e colaboração do idoso nos procedimentos diários, tanto nas AVD’s como nas AIVD’s.
A presença do familiar é importante nesse processo, tanto que o conceito de visita a qualquer hora sem avisar é “marca registrada” do CVPI.
O Centro Vivencial para Pessoas Idosas está completando no dia 07 de março de 2017, 30 anos de existência. O sonho realizado pelos seus idealizadores, o casal William e Edith Schisler, é a realidade de hoje para tantos que acompanharam e acompanham essa obra pioneira no seu tempo de fundação, a ponto de ser necessária a adaptação do projeto às exigências arquitetônicas da época que não exigia que houvessem tantos banheiros.
A visão ética de que a institucionalização não era um aparelho social de perda da autonomia do idoso, proporcionava a possibilidade de o residente possuir as chaves do imóvel. Esse modus operandi era revolucionário para a época, pois tratava-se de um modelo ético contratual novo, social e biologicamente desafiador.
O conceito de envelhecimento que havia na época, era de que o idoso entrava num processo de perda da sua autonomia, devido a debilidades incapacitantes próprias da fase etária. O que se conhecia até então, com raras exceções era a internação em asilo, se é que se pode considerar que o asilo pudesse atender às demandas gerontológicas do idoso.
O CVPI tem conhecimento de que o idoso no seu processo de envelhecimento passa por fases que acentuam suas debilidades e também doenças , principalmente as crônicas. Para tanto, os seus idealizadores previram que essas fases deveriam ser tratadas conforme suas especificidades, chamando-as de etapas. Havia já a percepção de que o conceito Envelhecendo no Local, exigia estruturação especializada para as etapas seguintes do processo de envelhecimento. Hoje para atender a essas especificidades o CVPI tornou-se quase uma clínica, dotado de equipamentos e aparelhagens que exigem a existência de equipes preparadas.
O CVPI que hoje conhecemos, é o resultado dessa conceituação inicial que a cada dia exige que se vençam etapas no enfrentamento das complexidades próprias das fases etárias, sem perder o foco de que o idoso é um cidadão de direitos.
Parabéns a AMAS, entidade mantenedora do CVPI, braço social da Igreja Metodista. Parabéns a tantos e tantas que voluntariamente se dedicaram a essa obra, oferecendo tempo e recursos para que o sonho se tornasse realidade.
Deus seja louvado!